Psicanálise e Educação: Necessidade de Uma Relação no Processo de Ensino-Aprendizagem

Abstract

Estabelecer uma relação entre psicanálise e educação, ainda tem suscitado grandes discussões por parte de educadores e psicanalistas. Uma pergunta torna-se primordial: que tipo de relação pode manter a psicanálise com a educação? Tal questionamento já havia sido elaborado por Freud, no entanto com certa discrição, mas ao mesmo tempo não menos entusiasmado. O que sabemos é que não existe na obra do mestre da psicanálise algum tipo de escrito dedicado exclusivamente à educação. Freud adentrou ao campo da educação tomando como elucidações questões que envolvem o fardo de uma educação repressora no sentido moralizante, e a sua consequência para o aumento do adoecimento neurótico dos sujeitos, bem como as dificuldades geradas pelos impasses dos pais no esclarecimento da sexualidade das crianças. Devemos ressaltar que não existe uma pedagogia psicanalítica, pois a tentativa de relação entre psicanálise e educação neste contexto é, historicamente, de casamentos desfeitos, já que, ao contrário, o papel da psicanálise no campo educacional é o de desconstruir a pedagogia enquanto esta promove um discurso do mestre exclusivo sobre a educação. Neste artigo, pretendemos fazer uma abordagem na tentativa de defendermos a ideia de que a relação da psicanálise e a educação, hoje, torna-se necessária no que diz respeito à emergência de fenômenos subjetivos presentes no processo de ensino-aprendizagem fundamentado na relação dos sujeitos que nele se encontram, sob a condição freudiana de matar o mestre para sermos o mestre de nós mesmos quando nos colocamos como sujeitos educadores.